Os artífices das palavras

 * Um poema de Mario Benedetti (1920-2009). Vamos festejar  Venham todos.  os inocentes  Os lesivos que gritam de noite  aqueles que sonham de dia  os que sofrem o corpo  os que hospedam fantasmas  os que pisam descalços  aqueles que blasfemam e ardem  os pobres congelados  aqueles que amam alguém  aqueles que nunca esquecem  Vamos festejar  Venham todos.  O crápula morreu.  Acabou a alma negra  o ladrão o porco  Acabou para sempre.  Hurra  Que venham todos.  Vamos festejar  a não dizer  a morte  sempre apaga tudo  tudo purifica  qualquer dia  a morte  não apaga nada  ficam sempre as cicatrizes  Hurra  O cretino morreu.  Vamos festejar  a não chorar de vício  que chorem seus iguais.

Bem minha gente perdeu a capacidade de se mover, bem somos um povo amarrado que já não sabe espernear, uma gente que se orgulha em ser gado apeado e imovel e até seus problemas dizem ‘eles está amarrado em nome de Jesus’, assim buscam resolver-los por milagre celestial,  terceirizado as merdas que fizeram na vida. A partir da chegada da esquerda no poder, aquela mágoa sem remédio com os donos do poder é considerada nula porque agora o Brasil é gospel e no lugar das feridas, dores, mágoas e indignação ficou a resignação e o silêncio perpétuo. E hoje pouquíssimas pessoas  ficam indignadas nesse triste e caótico país, maldito seja quem não fica com a febre do rato, e nem com a gota serena  diante do mal batendo à sua porta. em meio a um pandemônio e à uma sidemia  onde vivenciamos de tantos ontens e pouquíssimos hoje, se faz  necessário reaprendemos combater os cachorros da mulesta que têm roubado o futuro de nossos filhos e netos. Saibam os problemas não se resolvem apenas clamando aos

Eu vi uma infância abusada sonhando em frente a uma amendoeira em flor. Eu vi um homem preso recuperar o fôlego depois de ler um poema. Eu vi o céu derramar toneladas de azul sobre nossos mortos. Já vi a neve queimar menos do que as lágrimas. Eu vi o sol consolar uma papoula e vice-versa. Eu vi um arco-íris correndo na tempestade. Eu vi um anjo escuro cantar sob as estrelas. E só encontrei uma palavra para dizê-lo que transcende o caos, o efêmero e a alegria mesclada de nossas vidas: BELEZA ...  de Sophie Nauleau

  Despida de pudores  em um domingo chuvoso e cheia de encantos e magia ela me disse apena-me: e pegue e me leve pra sua cama e antes de me ama vê se me diz pra mim um desses seus poemas que você fez pra mim e eu nunca quis ouvi-los. José Cícero Gomes

  A esperança é uma chama  que não se apaga,  enquanto for alimentada pela fé ela não se apaga, Ter fé é ter confiança,  é ter certeza no porvir,                                                                                               isso é ter esperança  do verbo esperançar. Quem tem esperanças  em um sonho sonhado por muitos  tem fé que esse sonho  pode se tornar realidade  se construído em mutirão e não apenas esperar que venha acontecer como por acaso  ou por um milagre. Jamais nenhuma pessoa  que sabe esperançar espera que as coisas aconteçam por acaso ou por milagre. Quem esperançar  é um agente de sua própria história não espera que seus sonhos se realizem  como por acaso ou por um milagre. A esperança só é possível  se perseguirmos nossos sonhos  com a crença que iremos alcançá-los, são nas asas da esperança  que chegam os nossos sonhos e com a desesperança eles se esvaem. José Cícero Gomes  

  Todos os nossos pensamentos são como as gaivotas que voam sobre oceanos e mares de palavras ditas e não ditas ou silenciadas por alguma saudade ou dor de saudades de pousam outra vez em alguma bela praia do Mediterrâneo ao Ceará, do Havaí à Anakana ou algum outro lugar do meu mundo sonhado. Busco na poesia asas para viver um sonho de Ícaro tropical e voo buscando uma bela praia para construí meus sonhos na areia ou num promontório em Portugal ou no Brasil.   José Cícero Gomes